Na maratona para chegar à universidade, estudantes mineiros
aprontam as malas em direção a todos os cantos do Brasil, em busca de
aprovação. Especialista recomenda cautela e organização.
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Alunos de malas prontas para novos desafios |
Em comum, todos eles têm o interesse de garantir um lugar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mas, diante da acirrada disputa por vagas na principal instituição de ensino superior do estado, eles decidiram apostar fichas em faculdades de renome de outros cantos do país. Além de tempo e dinheiro para longas viagens de avião ou ônibus, os estudantes precisam suar a camisa para conciliar os estudos para vestibulares com diferentes programas de provas, obras literárias e estilo de cobrança das questões. Mais que isso, é necessário organizar o calendário e preparar o espírito para deixar para trás a família e os amigos, caso a tão sonhada aprovação aconteça.
O pior é o estresse de fazer várias provas e a pressão psicológica de enfrentar alguns dos vestibulares mais concorridos do Brasil. Optei pelas viagens para ter mais chances de entrar na faculdade, mas confesso que a carga está sendo pesada, diz Ulisses Saffar, de 18 anos, candidato ao curso de engenharia mecânica. Além da UFMG, o estudante do 3º ano do ensino médio no Colégio Santo Antônio, em Belo Horizonte, participa do processo seletivo da Universidade de São Paulo (USP). A primeira etapa de provas da instituição foi aplicada no último domingo, na capital paulista, e Ulisses já reúne forças para encarar a segunda fase, em 10 de dezembro. A próxima etapa tem provas abertas de todas as disciplinas, ao contrário da UFMG, que só cobra matérias específicas na segunda fase. Por isso, estou estudando de maneira diferente para os dois vestibulares.
CONTEÚDO
Assim como Ulisses, Gabriela Santos de Souza, de 17, tem se desdobrado para conciliar os estudos para vários processos seletivos. No caso dela, a maratona será tripla: UFMG, para o curso de engenharia elétrica; USP, para engenharia do petróleo; e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para engenharia química. O mais difícil é que a Federal de Minas não cobra obras de literatura para o meu curso, mas as universidades de São Paulo exigem nove livros. Comecei a ler as obras em fevereiro, conciliando com a preparação para a UFMG e sem poder deixar nenhum conteúdo de lado, contou Gabriela, lembrando que nas provas paulistas ainda são comuns questões de história e geografia específicas daquele estado.
Com tantas opções de provas pelo Brasil, o coordenador do ensino médio do Colégio Arnaldo, Geraldo Júnio dos Santos, recomenda que os estudantes elejam prioridades e mantenham um foco de estudos.
Não adianta atirar para todos os lados e fazer os vestibulares apenas por fazer. É preciso pensar naquelas que realmente interessam o aluno e nas cidades onde ele estaria disposto a morar, caso seja aprovado. Depois dessa escolha, é fundamental ler o edital das provas, conhecer os programas e fazer treinamento em concursos antigos. Também é importante não perder o foco da preparação para a segunda etapa da UFMG. Tudo isso exige disciplina e organização dos jovens, afirmou Geraldo.
LONGAS VIAGENS
O próximo domingo será decisivo para Eduardo Oliveira, de 17, que vai viajar mais de 900 quilômetros de Belo Horizonte até Goiânia (GO) para tentar vaga na Universidade Federal de Goiás. Candidato ao curso de educação física, ele já foi aprovado na primeira etapa do vestibular e vai agora disputar a segunda fase. A prova é muito diferente da aplicada na UFMG, que usa o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e tem apenas testes específicos na segunda etapa. Mas a parte mais estressante é a viagem, conta Eduardo, que escolheu a instituição de Goiânia pela possibilidade de morar com o pai, recém-transferido para a cidade pela empresa em que trabalha.
A jovem Estella Azevedo, de 18, aluna do Colégio Magnum Cidade Nova, também não economizou dinheiro e disposição para realizar o sonho de cursar medicina. Além da UFMG, ela concorre ao processo seletivo da Universidade Federal do Paraná.
A maior ansiedade é porque as provas têm estilo muito diferentes. E, para ir bem no teste, é preciso estar acostumado com aquele modelo de cobrança. Apesar de estar estudando para os dois vestibulares, minha prioridade é a segunda etapa da Federal de Minas, afirmou.
A maior ansiedade é porque as provas têm estilo muito diferentes. E, para ir bem no teste, é preciso estar acostumado com aquele modelo de cobrança. Apesar de estar estudando para os dois vestibulares, minha prioridade é a segunda etapa da Federal de Minas, afirmou.
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Depois do 3o ano é a vez do Vestibular |
Estado de
Minas
29/11/2011
Glória Tupinambás
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